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Falando sobre algo simples porém que passa despercebido por vários técnicos durante as medições de controle de qualidade em equipamentos de raios X periapicais intraorais. 

Devemos ter algum cuidado durante a realização de medições de tempo de irradiação, isso por que os equipamentos em geral iniciam a contagem de tempo quando o equipamento inicia a emissão de radiação X porém a norma ABNT NBR IEC 60601-2-65:2014 define tempo de irradiação de uma forma um pouco diferente.

Tomemos como exemplo este disparo de 270 milisegundos (0.27s).

A maioria dos equipamentos de medição de tempo de irradiação apontaria que o disparo durou aproximadamente 300ms. A norma porém, é clara ao porém define que o inicio da contagem do tempo de exposição é quando a taxa de dose atinge 50% do seu valor máximo conforme mostrado na figura abaixo:

Dessa forma o correto seria ignorar os dois primeiros pulsos e descontar 30ms do tempo de irradiação - algo que não é feito por padrão pela maioria dos medidores.

Isso ocorre pois a quando a tensão do tubo de raios X é aplicada ( ou seja, quando o anodo se torna positivo em relação ao cátodo), o tubo de raios X está, imediatamente, pronto para emitir raios X. Entretanto a aplicação de energia do circuito de filamento não resulta no fluxo imediato de elétrons através do tubo e na consequente emissão de raios X (a um fluxo e taxa proporcional à corrente do tubo de raios X). Em vez disso, o efeito imediato é um aumento gradual na temperatura do filamento até uma temperatura na qual os elétrons são liberados por meio do efeito termoiônico. O tempo necessário para o filamento atingir o estado térmico estacionário, e o estado estacionário no fluxo de elétrons e na emissão de raios X, pode ser da ordem de centenas de milissegundos. Portanto, em equipamentos de raios X odontológicos intraorais com geradoress de alta-tensão de um pulso, há uma diferença significativa entre o tempo de aplicação de carga e o tempo de irradiação.

Fora o cuidado que devemos ter em não reprovar equipamentos sem a devida consideração do PHT (tempo de pré aquecimento), devemos ter o cuidado de não aferir a kiloVoltagem do equipamento com tempos demasiadamente curtos. Isso que, pela primeira lei de Ohm, resultaria em uma medida da kiloVoltagem do equipamento superior à real. Ainda assim, aferir a linearidade do equipamento sem descontar o PHT pode levar a um erro de medição básico não condizente com o requerido para níveis profissionais de avaliação.

Para saber mais:

ABNT NBR IEC 60601-2-65 Equipamento eletromédico Parte 2-65: Requisitos particulares para a segurança básica e desempenho essencial de equipamentos de raios X odontológicos intraorais.