Fatores que afetam a detectividade do câncer de mama na Tomosíntese de mama e mamografia em pacientes com seios densos

Já é sabido que mamas densas dificultam a detecção de tumores de mama na mamografia. Para ser mais explícito, aproximadamente 15% dos tumores não são visualizados na mamografia segundo o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica HHS n17 de 2011 (referência abaixo). Espera-se que essa limitação seja menor na tomossíntese porém sua efetividade em diminuir essa dificuldade ainda é uma incógnita.

Publicado no periódico Koreano de Radiologia em janeiro de 2019 o artigo Fatores que afetam a detectividade do câncer de mama na Tomosíntese de mama digital e mamografia digital bidimensional em pacientes com seios densos  (Factors Affecting Breast Cancer  Detectability on Digital Breast Tomosynthesis and Two-Dimensional Digital Mammography in Patients with Dense Breasts) busca elucidar como a detecção de anormalidade em mamas densas pode ser melhorada.

O objetivo do estudo foi comparar a tomossíntese mamária digital (DBT) e a mamografia digital convencional de campo completo (FFDM) na detecção de câncer de mama em pacientes com tecido mamário denso e determinar os fatores que influenciam a detecção de câncer de mama usando as duas técnicas.

No trabalho, três radiologistas realizaram a detecção retrospectiva de 300 cânceres de mama (288 mulheres com mamas densas) em imagens de DBT e FFDM.  Resumidamente, quarenta cânceres de mama (13,3%) foram detectáveis apenas com DBT; 191 (63,7%) cânceres de mama foram detectados com FFDM e DBT, e 69 (23%) não foram detectados com nenhum deles. Os escores de detecção de câncer foram significativamente maiores para a DBT do que para o FFDM convencional (escore mediano, 6; variação: 0-6; p <0,001).

Cânceres de baixo grau foram mais frequentemente detectados no grupo DBT do que no grupo de DBT e FFDM (22,5% vs. 10%, p = 0,026). Cânceres negativos ao receptor de fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2) foram mais frequentemente detectados no grupo DBT do que no grupo de DBT e FFDM (92,3% vs. 70,5%, p = 0,004). Os cancros rodeados principalmente por tecido glandular foram detectados menos frequentemente no grupo apenas DBT do que no grupo não detectado (10% vs. 31,9%, p = 0,016). Os escores de detecção de câncer de DBT foram significativamente associados ao tipo de câncer (p = 0,012), grau histológico (p = 0,013), estágio T e N (p = 0,001, p = 0,024), proporção de tecido glandular ao redor das lesões (p = 0,013) e tipo de lesão (p <0,001).

O artigo conclui que o carcinoma invasivo lobular, de baixo grau ou HER-2-negativo é mais detectável com DBT do que com FFDM convencional em pacientes com mamas densas, mas cancros cercados principalmente por tecido glandular podem ser perdidos com ambas as técnicas.

REFERÊNCIAS

IAEA (INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY). Quality Assurance Programme for Digital Radiography, 2011.

Lee SH, Factors Affecting Breast Cancer Detectability on Digital Breast Tomosynthesis and Two-Dimensional Digital Mammography in Patients with Dense Breasts. Korean J Radiol. 2019 Jan;20(1):58-68. doi: 10.3348/kjr.2018.0012. Epub 2018 Dec 27.